Sempre vivi numa praia. A praia nem sempre era daquelas enormes com grandes extensões de areia, onde sabemos sempre como e para onde vamos, mas era uma praia. A visibilidade era notável. No entanto, a minha praia confluiu numa floresta… onde passei a viver. Não uma floresta qualquer, não senhor, mas uma daquelas húmidas, tão tenebrosa que mal conseguia ver o céu e o ar, sempre orvalhado. Horrível. Arrepiante. Fria. Detestei viver aí. Ficava dias sem ver o sol, e eu sem essa estrela não vivo, sobrevivo. De vez em quando, parecia ver a minha praia… não, sempre uma ilusão. Desespero. Sair. Queria sair, era urgente. Já mal via onde punha os pés. Parei. Calma. Olhei. Um raio de sol…outro…outro. Levantei-me. Devagar avancei na direcção daquela luz que me iluminava cada vez mais… Apressei-me e pensei “é mais uma ilusão”, progredi naquela vegetação e de repente… a praia!!!!!!!! Estava em casa. Não sei se era a praia de Porto Santo, com aquele imenso areal, ou a pequenina praia da Almagreira, mas era uma praia e eu voltava a estar casa.
Cristina
foto: Cristina Henriques
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