quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Francisca


“Ainda bem que foi hoje e ainda bem que foi de cesariana.” Disse-me o simpático obstetra, enquanto entregava a bebé a uma enfermeira, que de imediato a colocou a meu lado. “Olá. Agora já está tudo bem. Amo-te muito.” Foram as minhas primeiras palavras para a minha segundo filha que tinha acabado de nascer. Andava sempre de um lado para o outro dentro do meu ventre. Nunca parava. Cabeça para cima, cabeça para baixo. Nunca parava. Nunca. Deve ter sido por isso que o cordão umbilical deu um grande “nó cego”, o que quase comprometia a sua sobrevivencia. Olhei para o relógio do Bloco Cirúrgico, eram 15:43, do dia 16 de Janeiro e a minha Francisca estava finalmente ali ao meu lado. Aquela bebé tinha sido a minha grande companhia naqueles últimos meses e a espera tinha terminado. Era a ela que me dirigia e pedia ajuda quando estava frágil. Era uma fonte de coragem.


Cristina

por: Cristina Henriques

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