Âncoras. São âncoras. Parece que é essa a metáfora ideal para entender o que são. Não são grandes, mas são fortes. Muito fortes. Posso iça-las e navegar mar fora. As âncoras vêm sempre comigo neste mar sem limites. Às vezes atracamos e eu salto para a água. Nado. Mesmo com as mais teimosas correntes oceânicas, nado. Posso não nadar muito bem, mas na água sinto-me livre e quando estamos livres sentimo-nos felizes. De quando em vez, visto o meu fato e mergulho. Nessa altura, entro noutra dimensão, um outro mundo, outra realidade. Magnifica. Ao ouvir o silêncio daquele imenso azul, quase me perco… mas tenho sempre de voltar àquele barco que está seguro pelas âncoras. Abandono as águas, volto a iça-las e partimos. Vamos juntas. Sempre juntas.
Cristina
"The sea at Les Saintes
Van Gogh
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