Desenganos do passado,
Não servireis ao porvir?
Sempre a perder ilusões,
Sempre ilusões a sentir!
Não mais, não mais; nesta vida
Ainda esperar é loucura.
Sofrer: eis nosso destino!
Sonhar: eis toda a ventura!
Soframos pois...Não, sonhemos,
Criando mundos ideais,
E com mentidos prazeres.
Curemos penas reais.
Ilusões, sede bem-vindas,
Povoai-me o pensamento:
Convosco, sim, a ventura
Se goza por um momento.
Júlio Diniz
Julho de 1860
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