terça-feira, 26 de maio de 2009

a margem

Por estes dias ando perdida na margem. Na minha margem. O rio é grande. Não é o Nilo. Não. De todo, mas também não é um riacho, como é óbvio. Além disso, com as mais recentes chuvas o leito parece maior. Consigo ouvir o som da água que passa a uma velocidade impetuosa. Adoro a outra margem. Longe, mas está lá. Prefiro não olhar. Sigo o meu caminho, mas estou perdida. Perdi o trilho. Devia parar e tentar perceber onde estou. Parar é pior, cada vez que o faço, acabo sempre por me distrair com os pormenores da margem que não têm sentido algum. Adoro a outra margem. Adoro. Se fosse até lá depressa perceberia onde estou. Sempre foi assim, quando me afasto, quando entro na “marginalidade” é mais fácil entender qual é o caminho certo para casa.
Aurora
Foto: Cristina Henriques

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