domingo, 31 de maio de 2009

A resposta correcta era "Morangos"...

foto: Cristina Henriques

Strawberry Fields forever

Let me take you down,
'Cos I'm going to Strawberry Fields.
Nothing is real
And nothing to get hungabout.
Strawberry Fields forever.

Living is easy with eyes closed
Misunderstanding all you see. ´
It's getting hard to be someone.
But it all works out,
It doesn't matter much to me.

Let me take you down,
'Cos I'm going to Strawberry Fields.
Nothing is real
And nothing to get hungabout.
Strawberry Fields forever.

No one I think is in my tree,
I mean it must be high or low.
That is you can't you know tune in.
But it's all right.
That is I think it's not too bad.

Let me take you down,
'Cos I'm going to Strawberry Fields.
Nothing is real
And nothing to get hungabout.
Strawberry Fields forever.

Always, no sometimes, I think it's me,
But you know I know when it's a dream.
I think 'er, no' I mean 'er yes'.
But it's all wrong.
That is I think I disagree.

Let me take you down,
'Cos I'm going to Strawberry Fields.
Nothing is real
And nothing to get hungabout.
Strawberry Fields forever.
Strawberry Fields forever.

(The Beatles)

sábado, 30 de maio de 2009

Feliz na fuga


Pela Madrugada já não te encontro, não estou mais lá. Fugi. Li tudo o que escreves-te. Tudo. Cada frase, cada palavra, cada sílaba. Queria escrever-te palavras bonitas como tu o fazes, mas não sou capaz. Não sou assim.
Icaro (coleccção Jazz)
Henri Matisse
Sabia que estávamos longe. Muito longe. Desde o início que senti que um dia te ia largar a mão. Acabaria por sucumbir à minha natureza errante. Sabia que iria fugir. É na fuga que sou feliz…
Violeta

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Querido Alex

Espero que estejas bem.
Não sei o que te dizer. Sei que te magoei, não o devia ter feito. Não sei porque o fiz, devo ter um lado oculto dentro de mim que teima em magoar os que mais me amam. Outrora devo ter feito uma parceria com Sade.
Sei que estives-te sempre a meu lado, querido Alex. Por isso, deixo-te aqui as minhas mais sinceras desculpas de algo que é indesculpável.
A Cristina é que tem razão, está sempre a dizer que não entende como ainda me toleras.... querido Alex

Um beijo

Aurora

The Grid

Pedro Cabrita Reis

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Demasiado tempo

“Quatro horas é muito tempo na vida de uma rapariga. Isto foi o que o meu amigo me disse quando lhe contei que ela me tinha telefonado para dizer que segunda-feira tinha tempo para estar comigo, e eu lhe perguntara quanto, e ela tinha respondido o suficiente, e eu tinha dito pelo menos quatro horas, e ela disse que não podia, que era demasiado tempo.”

Pedro Paixão

Pipocas e mimos no regresso casa

por: Cristina Henriques

Prazer

Até a recordação da sorte tem as suas amarguras e a recordação dos prazeres a sua dor.

Oscar Wilde

por: Cristina Henriques

terça-feira, 26 de maio de 2009

Desenhar

Desenhar é ver e estar
É expor-se na nudez mais completa,
só e sem amparo.

Júlio Resende
Trabalho de: Ana Gonçalves
Integrado no Concurso "Um olhar sobre Júlio Resende"

Maio de 2009

Pontes

Encontrei uma ponte. Atravesso ou não? Adoro pontes. Sempre adorei. Sempre. Principalmente estas que nos podem levar até ao incógnito. Vou? Sinto que vou gostar da outra margem, estou cheia de saudades da liberdade que tenho por lá.


Aurora
por: Cristina Henriques

a margem

Por estes dias ando perdida na margem. Na minha margem. O rio é grande. Não é o Nilo. Não. De todo, mas também não é um riacho, como é óbvio. Além disso, com as mais recentes chuvas o leito parece maior. Consigo ouvir o som da água que passa a uma velocidade impetuosa. Adoro a outra margem. Longe, mas está lá. Prefiro não olhar. Sigo o meu caminho, mas estou perdida. Perdi o trilho. Devia parar e tentar perceber onde estou. Parar é pior, cada vez que o faço, acabo sempre por me distrair com os pormenores da margem que não têm sentido algum. Adoro a outra margem. Adoro. Se fosse até lá depressa perceberia onde estou. Sempre foi assim, quando me afasto, quando entro na “marginalidade” é mais fácil entender qual é o caminho certo para casa.
Aurora
Foto: Cristina Henriques

Fundo do mar

No fundo do mar há brancos pavores,
Onde as plantas são animais
E os animais são flores.

Mundo silencioso que não atinge
A agitação das ondas.
Abrem-se rindo conchas redondas,
Baloiça o cavalo-marinho.
Um polvo avança
No desalinho
Dos seus mil braços,
Uma flor dança,
Sem ruído vibram os espaços.

Sobre a areia o tempo poisa
Leve como um lenço.

Mas por mais bela que seja cada coisa
Tem um monstro em si suspenso.

Sophia de Mello Breyner



Foto : Cristina Henriques

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Querido Alex

Desculpa não ter respondido mais cedo.
Li o que envias-te. É incrível como me entendes tão bem. Lindo. Obrigada por partilhares comigo. Claro que só uma mente brilhante como o Miguel Esteves Cardoso consegue dissertar de um modo tão singular sobre o Amor. A vida numa margem … e o amor na outra. Notável.
Quanto a mim, estou bem, um dia de cada vez, mas tem sido difícil.
Um beijo
Violeta




John De Andrea, Arden Anderson and Norma Murphy (1972)

Foto: "Dee" Henriques

O Amor

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há. estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do «tá bem, tudo bem», tomadores de bica, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.Já ningu´m se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso «dá lá um jeitinho» sentimental. Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Por onde quer que se olha, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassado ao pessoal da pantufa e da serenidade.Amor é amor. É essa a beleza. É esse o perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para levar-nos de repente ao céu, a tempo de ainda apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A «vidinha» é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente.O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita. Não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que se quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe.Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperante. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não está lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder, não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um minuto de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.
Miguel Esteves Cardoso, década de 90 do século XX

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Ponderar

por: Cristina Henriques

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Em que língua se diz, em que nação,
Em que outra humanidade se aprendeu
A palavra que ordene a confusão
Que neste remoinho se teceu?

Que murmúrio de vento, que dourados
Cantos de ave pousada em altos ramos
Dirão, em som, as coisas que, calados,
No silêncio dos olhos confessamos?

José Saramago

por: Cristina Henriques

Enlace

Disse-me que tinha muitas saudades. Perguntou se me podia apertar contra o seu peito com toda a sua força de gigante. Respondi com um absoluto “sim”. Também o queria acolher num forte abraço, ouvir a sua respiração junto ao meu ouvido, sentir aquele cheiro tão puro, experimentar mais uma vez aquele calor, ser feliz naquele enlace.

Aurora



por: Cristina Henriques

silêncio é um passaro olhando a curva aresta, da vida

E.E. Cummings



por: Cristina Henriques

quarta-feira, 6 de maio de 2009

o meu obrigada

O meu sentido Obrigada a todos os que estiveram comigo no passado dia 1 de Maio. Alguns não estiveram presentes fisicamente, no entanto senti que nunca deixaram de estar a meu lado.

Cristina

Espera!

Espera! Não era nada disso que te queria escrever. Não era. Não era nada disso. A frase que te escrevi soou bem. Era uma frase bonita e cheia de sensatez, mas era falsa. O que te devia ter escrito era algo diferente, algo que reflectisse o estado da minha alma, mas isso era impossível. O que me vai na alma não é passível de ser expressado. É uma dor tremenda que só a força do tempo poderá serenar. Devia ter respondido com silêncio, mas eu tenho medo do silêncio. Receio sempre que o silêncio faça esquecer. Com a distância e a ausência sei viver, com o esquecimento não. Espera! Espera por mim.
Aurora


"Lavander mist"
Pollock