Avançamos na avenida. Como já o disses-te, caminho para o cadafalso. Sinto a tua mão na minha. Sinto o modo como lhe tocas, sabes que são os últimos momentos. Avançamos nesta longa avenida que hoje, inexplicavelmente, parece ser breve. Queria que um cataclismo acontecesse ali naquele momento, apenas para sentir durante mais alguns minutos o calor da tua mão. Mas nada. Nada faz parar o tempo. Nada cristaliza. Avançamos... meu amor. Sorrio. É a primeira vez que te minto. Não devia sorrir, este sorriso é uma mentira, uma estúpida farsa. Avançamos... é agora. Adeus ... meu amor.
Aurora
por: Cristina Henriques
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