sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Ulisses e Penélopes


Somos Ulisses. Guerreiros numa demanda sem fim. Ítaca, a nossa casa. Uma pequena porção de terra rodeada de mar, um porto seguro. Lar, onde a precisa e leal Penélope nos espera e educa. Somos Ulisses, guerreiros de um pequeno exército, na busca pela intensidade de momentos únicos. Somos Ulisses presos no sabor da liberdade. Um dia voltamos para Ítaca. Voltamos sempre, mas não é um regresso efectivo. Nunca será. Uma vez sentida a liberdade nunca nos poderemos apartar dela. Nunca. O doce sabor de uma batalha ou o cheiro de uma conquista… somos Ulisses.

E Penélope? Penélope espera por nós. Espera por nós? Penélope sabe que não voltamos verdadeiramente mais a casa, então porque esta delicada filha de Ícaro não desposa um dos seus pretendentes? Porque teima em tecer esta coberta que secretamente à noite desfaz? Porquê? Para Ulisses como nós é árduo entender esta Penélope. Porque espera alguém que irá sempre partir?
Todos somos Ulisses, mas também todos já fomos algum dia Penélopes. Todos. Já esperámos. Já mandámos embora quem nos pretende. Já ansiámos pelo camponês que provou ser Ulisses. Já habitámos a liberdade da razão. Sabemos o que sente Penélope.

Então, somos ambos. Penélope e Ulisses. Ambos fiéis … a sim mesmos. Verdadeiros e sinceros na razão e no instinto. Penélope será sempre Penélope (ou não…). Enquanto Ulisses… You`re never going home.*


Violeta

*Ulisses, Franz Ferdinand

composição por: Rute Baratizo (9ºD)

2 comentários:

  1. "Quando os homens contarem a minha história, que digam que caminhei com gigantes. Que vivi no tempo de Hector, domador de cavalos. Que vivi na época de Aquiles."
    - Ulisses (Tróia)

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  2. "O que fazemos em vida,ecoa pela eternidade"
    -(Gladiador)

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