terça-feira, 9 de novembro de 2010
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Um homem e uma mulher
foto: Cristina Henriques
Desde há cinquenta anos que não
arrumavam a mesa, um homem e uma mulher,
e ficaram juntos uma vida,
cercados de copos para ovos, chávenas de café,
retratos de seres outrora queridos
de quem haviam já esquecido os nomes.
Desde há cinquenta anos que, sem falhar,
soletravam o jornal do mesmo dia,
um homem e uma mulher,
querendo fazer parar finalmente o mundo:
jovem e festivo
rondando um eixo inquebrável.
Mas sobre a mesa tudo envelheceu.
Até as suas facas e garfos.
Só eles não, esse homem e essa mulher.
Outros dois não viviam mais íntimos
do que eles, asfixiando na sua tralha,
disputando-se o último ar.
Assim por fim os encontraram:
pálidos, jovens, as bocas escancaradas,
num sôfrego desejo um do outro.
Luuk Gruwez (poeta belga)
Desde há cinquenta anos que não
arrumavam a mesa, um homem e uma mulher,
e ficaram juntos uma vida,
cercados de copos para ovos, chávenas de café,
retratos de seres outrora queridos
de quem haviam já esquecido os nomes.
Desde há cinquenta anos que, sem falhar,
soletravam o jornal do mesmo dia,
um homem e uma mulher,
querendo fazer parar finalmente o mundo:
jovem e festivo
rondando um eixo inquebrável.
Mas sobre a mesa tudo envelheceu.
Até as suas facas e garfos.
Só eles não, esse homem e essa mulher.
Outros dois não viviam mais íntimos
do que eles, asfixiando na sua tralha,
disputando-se o último ar.
Assim por fim os encontraram:
pálidos, jovens, as bocas escancaradas,
num sôfrego desejo um do outro.
Luuk Gruwez (poeta belga)
Etiquetas:
Luuk Gruwez,
Planalto das Cesaredas,
poesia
E no planalto tudo aconteceu.
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